Curitiba sediou, entre os dias 24 e 26 de novembro, a XXXI Jornada Paranaense de Saúde Ocupacional e IV Congresso Paranaense de Medicina do Trabalho, juntamente com o II Simpósio Paranaense de Higiene Ocupacional e II Encontro Ibero-americano de Saúde do Trabalhador. Os eventos, promovidos pela APAMT, reuniram mais de 200 participantes.
Com o tema “Conhecimentos, habilidades e atitudes para médicos do trabalho”, o Congresso discutiu além da formação científica dos profissionais da especialidade, as capacidades diversas que são exigidas deste profissional. Já na conferência de abertura, Dr. Sérgio Roberto de Lucca deixou claro esse enfoque, destacando as “Competências integradas necessárias à formação médica”.
O médico, diretor da ANAMT, citou as qualidades que se esperam de um médico do trabalho, como profissionalismo ou competência de juízo moral; análise da situação de saúde dos trabalhadores; estudo do trabalho; formulação de políticas, organização da atenção integral à saúde dos trabalhadores e gestão integrada da saúde, segurança e ambiente; e promoção e educação para a saúde. "Mas, além da capacidade científica o médico precisa saber mobilizar recursos, comunicar, aprender, engajar-se e comprometer-se, assumir responsabilidade e ter visão estratégica", acrescentou. O médico do trabalho, citou, precisa ver o trabalhador no todo, contexto social, familiar, poluição do ambiente do trabalho. “Não pode intervir só no trabalhador, mas no ambiente de trabalho”.
As atividades científicas da semana encerraram-se com o encontro Ibero-americano, que trouxe para o Paraná grandes nomes internacionais da Medicina do Trabalho. Da Espanha, veio Luis Jorge Teso Fernandez, que apresentou a forma utilizada na Europa para gestão das condições de trabalho e avaliação dos riscos no ambiente de trabalho. Também estiveram, entre os palestrantes internacionais, o chileno David Gonzalez Guzmán, que falou sobre os sistemas de proteção social na América Latina e a relação com o médico do trabalho. Veio, ainda, da Finlândia, o especialista em Saúde Ocupacional, Kari-Pekka Martimo, que abordou os sistemas de gerenciamento no envelhecimento do trabalhador, um problema comum na Europa, com a redução das taxas de natalidade e o consequente envelhecimento da população, o que também já assusta o mercado brasileiro.
O Congresso marcou o encerramento da gestão do Dr. Paulo Zétola como presidente da APAMT. “Fechamos com chave de ouro, com esse grande evento científico, uma gestão marcada pelo crescimento da APAMT não só no número de sócios, mas na sua representatividade junto à classe médica e à sociedade”, avaliou.